
"É nesse contexto de crise na cultura dominante e de busca por saídas alternativas que surge a figura de São Francisco de Assis como altamente significativa e evocativa. Toda busca precisa de marcos de referência e de arquetipos que a animem. Uma cultura necessita de personagens heróicos que funcionam como espelhos pelos quais ela se vê a si mesma e se convence dos valores que lhe conferem sentido de ser. Para a nossa época Francisco é mais que um santo da Igreja Católica e o pai da família franciscana. Ele constitui a figuração [...] mais cristalina, na história ocidental, daqueles sonhos, daquelas utopias e daquele modo de relacionar-se pan-fraternalmente que hoje todos buscamos. Ele fala à profundidade mais arcaica da alma moderna porque há um Francisco de Assis escondido dentro de cada um, forcejando por assomar e expandir-se livremente por entre os antolhos da modernidade.
O que mais impressiona o homem moderno ao confrontar-se com a figura de Francisco de Assis é sua inocência, seu entusiasmo pela natureza, sua ternura para com todos os seres, a capacidade de compaixão pelos pobres e de confraternização com todos os elementos até com a própria morte. [...] Mostrou em sua vida que para ser santo se precisa ser humano. E para ser humano é necessário ser terno e sensível. Com o pobre se Assis caíram os véus que encobrem a realidade. Quando sucede isto então se revela que a realidade humana não é uma estrutura rígida, não é um conceito, mas é simpatia, capacidade de compaixão e de ternura [...] Com efeito, em Francisco se percebe [...] uma confraternização com toda a realidade como nunca se vira antes[...]. (pg 32-33)"
Boa leitura a todos/as.
Paz & Bem!
Clerisvaldo Costa
Secretário Fraterno Regional da JUFRA do Maranhão
Secretário Fraterno Regional da JUFRA do Maranhão
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